..Até uns vinte anos atrás, era um dos segredos mais bem guardados do comércio do vinho… Sempre que havia uma desconfianças de um pobre vintage, por debaixo dos panos, alguns vinhos famosos francês e italiano foram “batizados” (beefed-up) e resgatados pela adição criteriosa de um sutil toque de Nero D’Avola. Mas além disso, houve outros poucos, e consideráveis, reconhecimentos por seus próprios méritos.
Por outro lado, lá na Sicília, em especial no extremo sudeste da ilha, Nero D’Avola era (e ainda é) o vinho tinto típico pro dia-a-dia. O vinho que, quando você pedir “um copo de tinto, certamente aparecerá na taça.
Graças as modernas técnicas vinificação e ao marketing atual,a reputação da Nero D’Avola’s está crescendo – especialmente nos EUA, onde é este vinho é visto como uma alternativa aceitável para Shiraz.
E é fácil perceber o porquê. Com 13% de álcool, este é um vinho “forte” e tem ecos de Shiraz: picante, apimentado e doce no paladar, com aromas de alcaçuz, cravo, noz moscada e ameixa. Não é um vinho de alto verão, é verdade. Mas é bom lembrar quando as noites começam a ficar um pouco mais frias e os reaparecem os desejos por carnes, queijos e pratos de massa. Tem-se um acompanhamento perfeito.
Nero D’Avola tem sim potencial de envelhecimento, mas há um estilo alternativo feito para beber jovem, que estagiou em cubas de aço para preservar a fruta pura, madura. Como exemplo disso temos este Rapitala. Na minha opinião é totalmente livre da dureza de taninos que podem afetar alguns bebendo-os jovens. É uma excelente escolha de vinho, mesmo um par de anos mais velhos, sempre vale a pena.